Nos últimos 15 anos, o processo de organização comunitária no Médio Juruá tem avançado significativamente, com destaque para a produção da sociobiodiversidade pelas comunidades extrativistas e o apoio de parceiros sociais. Esse fortalecimento tem impulsionado o Comércio Ribeirinho da Cidadania e Solidário, promovendo inovações em tecnologias de coleta, processamento e comercialização, e gerando renda sustentável no território.
No contexto amazônico, a articulação entre organizações de povos e comunidades tradicionais é uma estratégia essencial para garantir o acesso a mercados justos e solidários para os produtos da floresta. A ASPROC, como organização de base comunitária, acumula conhecimento técnico e experiências práticas que potencializam a aplicação de políticas públicas e transformam sua atuação em um verdadeiro laboratório de inovação em planejamento, gestão e execução de programas públicos estratégicos.
Entre esses programas, destacam-se o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e os Programas de Subvenção aos Produtos da Sociobiodiversidade. A ASPROC tem demonstrado competência e compromisso na execução de contratos com a Conab-AM, especialmente na venda de farinha d’água para o PAA, bem como com a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (SEDUC-AM) no fornecimento de produtos da sociobiodiversidade ao PNAE. Também se destaca na gestão de recursos provenientes de incentivos financeiros por meio de subvenções voltadas ao extrativismo.
Reconhece-se, no entanto, que é necessário fortalecer ainda mais a participação e a formação técnica das organizações comunitárias da Amazônia para o acesso pleno e qualificado às políticas públicas. Os resultados conquistados pela ASPROC são fruto de um longo e contínuo processo de capacitação, que visa lidar com os desafios e exigências institucionais e burocráticas presentes na implementação dessas políticas.