O impacto direto que uma gestão eficiente dos recursos hídricos pode ter nas comunidades locais foi um dos temas levados pela coordenadora de Políticas Sociais e Eventos Coletivos da Associação de Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), Lene Praxedes, para as turmas do 2º ano do ensino médio das Escolas Estaduais de Tempo Integral Pedro Alves e Escola Carauari, localizadas na sede do Município.
A iniciativa realizada pelos professores Thais Vieira e Jorge Carvalho nos últimos dias 2 e 3 de outubro, em Carauari, fez parte da disciplina Gestão e Regulação de Recursos Hídricos do curso de Qualificação Profissional e Administração de Empreendimentos Florestais de Base Comunitária, oferecido pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (CETAM).
“É fundamental que esses temas sejam discutidos não só nas escolas urbanas, mas também nas escolas das comunidades rurais, é um curso que poderia ser expandido também para essas comunidades”, afirmou a professora Thais.
Além de apresentar a história da ASPROC e sua missão para os estudantes, Lene explanou o Projeto Sanear Amazônia, que visa melhorar o acesso à água saudável e saneamento em comunidades através de tecnologias sociais desenvolvidas para o projeto.
“Essa palestra foi realizada para que os alunos pudessem conhecer através da minha experiência, a realidade de vida dos ribeirinhos com a questão do recurso hídrico nas comunidades e de que forma eles trabalham a gestão da água lá, garantindo o consumo de uma água de qualidade”. comentou Lene.
A técnica destacou em sua exposição a importância da integração entre a teoria e a prática, incentivando os alunos a refletirem sobre os desafios ambientais das zonas rurais de Carauari.
Sobre o SANEAR
O projeto piloto do SANEAR em comunidades da Amazônia foi implementado Resex do Médio Juruá, em 2007, com apoio financeiro da Petrobras. A Associação de Produtores Rurais de Carauari (Asproc) foi a proponente, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), que ofereceu apoio para elaboração do projeto técnico da tecnologia social de saneamento rural em questão. Nesse projeto piloto foram implementadas 145 tecnologias sociais, que se encontram ainda em pleno funcionamento.
A ampliação do projeto ocorreu em 2014 quando, a partir da articulação política do CNS com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), iniciou-se um processo de sistematização de tecnologias sociais de saneamento rural para a Amazônia, com base nos modelos de tecnologias implementados no projeto piloto, junto ao Programa Cisterna do MDS. Em 2015, o programa SANEAR AMAZÔNIA deu à ASPROC o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social.
Texto: Fabíola Abess
Fotos: Divulgação