Na seca amazônica, ASPROC abastece polos comunitários no Médio Juruá

Viver na Amazônia é um desafio diário. E esse desafio é enfrentado principalmente pelas populações da floresta que tem como única via de acesso, os rios.

No município de Carauari, no Amazonas, as comunidades ribeirinhas já estão enfrentando dificuldades devido à seca severa no trecho médio do rio Juruá, o que torna o acesso aos centros urbanos mais difícil e as distâncias percorridas maiores ainda.

É nesse período da seca, principalmente no ápice dela, quando os rios ficam extremamente rasos, que os ribeirinhos experimentam a maior dificuldade com a logística. E este é um ciclo anual que requer paciência e coragem de quem lida com as dinâmicas da floresta Amazônica.

Há 30 anos a ASPROC atua na região do Médio Juruá e a cada ano que passa busca desenvolver estratégias capazes de enfrentar os desafios postos. Sempre avançando e promovendo a melhoria da qualidade de vida das comunidades agroextrativistas envolvidas na mobilização social da região.

Mesmo diante da ameaça de trechos intrafegáveis, devido a seca, a ASPROC empenhou esforços para garantir o abastecimento das comunidades com alimentos e itens básicos e para fazer o escoamento da produção familiar, promovendo a segurança alimentar e geração de renda há mais de 600 famílias. Isso porquê a ASPROC mantém um capital de giro e uma estrutura (embarcações e polos de abastecimento e armazéns de produção) para manter o atendimentos as famílias e, especialmente, auxiliá-las nos momentos mais difíceis para quem vivem as margens do rio, em meio a Floresta Amazônica.

Na primeira quinzena do mês agosto, a ASPROC iniciou mais uma viagem de comercialização. Essa é uma das ações do programa Comércio Ribeirinho de Cidadania e Solidário (CRCS), exemplo de economia solidária, coordenado e idealizado pela própria base.

Neste momento, 13 comunidades polos (polos comerciais) estão sendo abastecidas com 120 toneladas de produtos industrializados definidos como prioritários pelos associados, incluindo gás e combustível. A partir desses 13 polos, mais 42 comunidades da região podem usufruir da comercialização justa e solidária, aumentando o poder de compra das comunidades agroextrativistas.

Nessa mesma viagem, os associados enviam pela embarcação a produção local, como farinha, borracha e objetos artesanais. Esses produtos da Sociobiodiversidade, estimados em 60 toneladas, são transportados para a sede do município de Carauari e para Manaus, para comercialização coordenada pela ASPROC.

O técnico da ASPROC, Robson Cunha, além de coordenar a viagem de comercialização, registra a realidade da região com um olhar envolvente e contemplativo.